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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Oito em cada dez brasileiros não sabem controlar as próprias contas



O consumidor médio brasileiro gasta mais do que ganha, não guarda dinheiro e muito menos planeja o futuro, conforme indica pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

De acordo com o levantamento, oito em cada dez entrevistados (81%) têm pouco ou nenhum conhecimento sobre como fazer o controle das despesas pessoais. Realizado em todas as capitais brasileiras, o estudo foi realizado em todas as capitais brasileiras com o objetivo de identificar como os consumidores enxergam a própria relação com o dinheiro.

Somente 18% dos entrevistados têm conhecimento total sobre o fluxo de receitas e despesas no orçamento pessoal. A maioria (71%) conhece parcialmente as suas finanças e 10% têm baixo ou nenhum conhecimento.

Nesse sentido, não há diferença significativa entre os estratos sociais. Entre os que têm renda domiciliar de até R$ 1.330, o conhecimento pleno sobre as finanças é de 16%. Apenas 15% dos que ganham entre R$ 1.331 e R$ 3.140 apresentam total conhecimento sobre as próprias contas e entre os que ganham acima de R$ 3.141, o percentual sobe um pouco mais para 23%.

Para a economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, os dados reforçam a ideia de que a educação financeira está ligada ao comportamento e não necessariamente à renda. "É uma questão de hábito. Mais dinheiro no bolso nem sempre significa melhor comportamento financeiro, incluindo pagamento de contas, uso do crédito e hábito de compras", explica.

Mais de um quarto (28%) dos entrevistados não utiliza um método organizado e faz o controle financeiro apenas "de cabeça". Quando indagados sobre as dificuldades que enfrentam na hora de fazer o planejamento das contas, a maior parte dos consumidores alegou que a falta de disciplina para registrar todos os gastos (39%) é o principal empecilho.

Mais de um terço (36%) admitiram não saber o valor exato das contas que terá de pagar no mês seguinte. Já em relação aos gastos extras, a maioria (57%) afirmou não saber com precisão o quanto terão de desembolsar no próximo mês.

Como consequência direta da falta de conhecimento sobre as próprias despesas, 36% dos entrevistados afirmaram ter deixado de pagar ou ter pago com atraso alguma conta nos últimos 12 meses. Faturas de cartão de crédito (31%) e despesas fixas, como água, luz e telefone (28%) se destacam como os principais compromissos que não foram pagos em dia.

Cheque especial

Quatro em cada dez (38%) brasileiros que possuem conta corrente em banco admitem ter entrado pelo menos uma vez no cheque especial nos últimos 12 meses - para 30%, foram mais de duas vezes. O mesmo se repete entre os têm cartão de crédito. Pelo menos 40% deles já deixaram de pagar a fatura integral no último ano, sendo que 26% são reincidentes e atrasaram mais de duas vezes ao menos.

Mais da metade dos entrevistados (51%) que possuem conta em banco fecharam o último mês no vermelho ou no "zero a zero" (sem saldo negativo e nem positivo).

A pesquisa indica forte correlação entre consciência a respeito das próprias finanças e situação bancária dos entrevistados. Apenas 9% dos que têm total conhecimento de suas despesas afirmaram estar com saldo negativo, enquanto que o percentual sobe para 17% entre os que têm conhecimento parcial e 31% para os que não possuem qualquer conhecimento sobre as finanças pessoais.

Imediatismo

Seis em cada dez (56%) entrevistados chegaram ao fim do último mês sem ter conseguido poupar nenhum centavo. Na avaliação dos especialistas do SPC Brasil, a constatação é reflexo da "cultura do imediatismo" que conduz o pensamento de boa parte dos consumidores. De cada dez entrevistados, pelo menos quatro (36%) admitem que costumam adquirir produtos mesmo não tendo condições de gastar, ainda que eventualmente.

Do universo de entrevistados, 30% reconhecem ter comprado, nos últimos três meses, algum bem que fez com que excedessem seu limite financeiro. Nesse quesito, os itens líderes de parcelamento são as roupas e calçados (63%), eletrônicos (58%) e eletrodomésticos (44%).

"De modo geral, o que prevalece é se a parcela cabe ou não no bolso, ao invés de pensar em quantos meses ele deveria economizar para comprar o produto à vista", diz a economista.

Em uma situação de dificuldade, como perda de emprego ou problemas de saúde, 20% dos entrevistados admitem que não conseguiriam se manter financeiramente nem por um mês. E outros 37% não se sustentariam por um período superior a três meses.

A pesquisa entrevistou 656 consumidores em todas as capitais brasileiras. A margem de erro é de 3,8 pontos percentuais e a margem de confiança é de 95%.

Fonte: Valor ONLINE

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