Acreditamos
ser treinados, desde os tempos ancestrais, a nos focarmos nas certezas
imediatas. Ou a caça escaparia ou teríamos virado caça nas savanas e florestas
que habitávamos.
Quando
assumimos o controle dos nossos empreendimentos buscamos, intuitivamente,
gerenciar a partir de degraus de certezas.
Por
mais que percebamos a fluidez que interfere na cadeia produtiva, com incertezas
de todo tipo nos fornecedores com oscilações imprevistas na entrega dos
insumos, no cotidiano do nosso operacional e, especialmente, nas infidelidades
de nossa clientela, ainda assim acreditamos que os acertos se repetirão
indefinidamente.
Até que
um incidente qualquer nos escape ao controle e a empresa desanda. Um fornecedor
que não aparece com os insumos. Um profissional de nossa equipe que falha. Uma
clientela inteira que nos abandona. Um empréstimo que vence e não conseguimos
honrar. São tantos os imprevistos que depois de sobrevivermos por
determinado período nos indagamos como é que foi possível surfar diante de
tantas dificuldades.
Talvez
ao refletirmos sobre essas incertezas que fazem parte do nosso dia a dia
gerencial nos convençamos da necessidade de duvidar, sempre, de nossas certezas
imediatas, de curto e médio prazos.
É uma
tarefa difícil. Porque, aparentemente, vai contra nosso condicionamento
ancestral. Mas sempre que formos colocados diante de alguma proposta gerencial
que pretenda repetir ou ampliar algum acerto, seria conveniente ligarmos nossos
alertas.
Eles
deverão ser sempre considerados como estágios intermediários essenciais à
consolidação dos projetos que tocamos. Etapas que devemos aprender a alinhar no
fluxo das tendências macroeconômicas e das necessidades da clientela e que
determinarão quais respostas gerenciais serão premiadas (ou não) com a
lucratividade buscada.
Aprenderemos,
quem sabe, que para conduzir um empreendimento devemos harmonizar as pequenas
certezas de curto prazo com os fluxos que as realimentam.
O que
nos obrigará a gerenciar as pequenas (e curtas) certezas cotidianas sem perder
nosso olhar nas tendências, de toda ordem, a médio e longo prazos.
Entenderemos,
assim, que nossos ancestrais muito provavelmente sobreviveram por terem
assimilado o equilíbrio entre o fluxo e a certeza. Pois quanto mais nos
antecipássemos naquela época às intenções dos ataques das feras e
organizássemos nossa fuga, mais chances de sobrevivência teríamos.
Sobrevivência que tentamos reproduzir, hoje, na condução de nossos empreendimentos.
Fonte: UOL Notícias
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