Agora é
oficial: o Brasil parou de crescer. É verdade que a desaceleração não ocorreu
de repente. Nos últimos três anos, o PIB teve uma expansão tímida de 2,7%, 1% e
2,5%, respectivamente, menor do que na década de 2000 e 2010, quando, mesmo com
duas crises financeiras internacionais, o crescimento médio foi de 3,7% ao
ano.
Mas foi
o anúncio do IBGE de que a economia brasileira teve uma retração de 0,2% no
primeiro trimestre e 0,6% no segundo que parece ter feito até o governo admitir
que o país chegou em uma encruzilhada.
"Gostaria
que o Brasil estivesse crescendo em um ritmo mais acelerado", reconheceu a
presidente Dilma Rousseff.
O dado
levou Dilma a prometer mudanças em sua política e equipe econômica em um
eventual segundo mandato e analistas "do mercado" revisaram suas
expectativas de expansão do PIB para este ano pela 15ª vez consecutiva - para
0,48%.
Segundo
o serviço Broadcast, da Agência Estado, até a estimativa oficial do governo, de
um crescimento de 1,8% em 2014, já estaria sendo revista - embora não esteja
claro para quanto, especialmente depois da ligeira recuperação da economia em
julho, registrada no índice IBC-Br, do Banco Central.
A
questão é que se há consenso de que temos um problema, suas causas ainda estão
longe de ser unanimidade.
O
governo atribuiu a freada ao contexto internacional desfavorável e uma onda de
"pessimismo" em parte motivada por questões políticas.
Ao
explicar o caso específico dos números negativos do segundo trimestre, também
culpou os feriados da Copa do Mundo pela queda da atividade de setores como
varejo e indústria.
Já
economistas, analistas de mercado e consultorias apontam erros na condução da
política econômica – também destacados por candidatos da oposição.
Numa
tentativa de mapear esse debate, a BBC Brasil fez uma compilação das
"hipóteses" sobre o que, afinal, teria contribuido para empurrar o
país desse patamar de 3,7% de crescimento para o que internacionalmente se
convenciona chamar de "recessão técnica".
Fonte:
BBC Brasil
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