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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Se queres a paz, prepara-te para a guerra



É comum ouvir empresários explicando as atitudes de seus concorrentes com expressões do tipo "fez maldade", "me sacaneou", "foi desonesto" etc. - frases que seriam mais adequadas a um diálogo entre personagens das novelas da TV.
À medida que o empreendedor consegue sobreviver ao longo de anos (talvez décadas), aprende que a "maldade" no ambiente de negócios pode ser traduzida, na imensa maioria das vezes, por ações de concorrentes, que podem ser agressivas, predadoras, fulminantes. Mas que fazem parte da guerra pela sobrevivência da empresa e que podem ser respondidas, também, com os mesmos ataques, desde que não rompam os limites legais.
Sem a desculpa dos adjetivos, restará ao empreendedor, especialmente se for novato, reconhecer as batalhas que sua empresa enfrentará no mundo real. Perceberá que manter a empresa aberta exigirá, além da competência gerencial, a estratégia de um guerrilheiro em combate.
Trata-se de uma disputa permanente por recursos, fornecedores e clientes. Cada uma das frentes de batalha pode abrir um flanco que permitirá que seu concorrente avance para os corações, mentes e bolsos de seus clientes, transformando sua empresa em registros de falência da Junta Comercial.
E você, caso não tenha entendido os ataques fulminantes dos concorrentes, percorrerá bares e casas de parentes reclamando das maldades, das desonestidades e das sacanagens.
Em vez disso, talvez o interessante seja se manter em alerta máximo. Porque a concorrência, além de legítima, tende a se tornar cada vez mais agressiva, subterrânea e intangível nesse mundo cada dia mais globalizado.
Quanto mais sucesso sua empresa faz, mais atenção chama dos concorrentes que avaliam seu negócio como um modelo vivo no qual se inspiram. Ou seja, se você se empolgar e relaxar, bau-bau, vai alimentar, querendo ou não, a sanha dos que querem seu mercado, seus clientes, seus produtos e seus serviços.
E esses concorrentes vão acumular recursos, informações estratégicas (que muitas vezes você não controla) e recrutar talentos (muitas vezes selecionados nas suas fileiras) e atacá-lo sem piedade. Na maioria das vezes, de maneira velada, como acontece em toda guerrilha.
Porque ainda vale o antigo provérbio romano que diz, em latim: "Si vis pacem, para bellum" ou "Se queres a paz, prepara-te para a guerra", do autor latino do 4º século, Publius Flavius Vegetius Renatus.
Ou você acreditou mesmo que seria moleza ser empreendedor?
Fonte: UOL Notícias


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