Somos,
sem perceber, reféns de velhos hábitos. Aparentemente, os novos empreendedores
deixaram para trás o emprego. Mas, muitos, ao negociar com seus investidores,
por exemplo, deixam ainda escapar os velhos vícios de empregados.
Como
bons profissionais, assumem na sua visão estratégica a parte operacional da
nova empresa e tentam transferir para seus investidores a responsabilidade de
financiar seus custos, seu pró-labore e providenciar, inclusive, uma reserva
para manter sua atual qualidade de vida.
A
"cabeça de empregado" é tão presente que alguns desses novos
empreendedores chegam a incluir, como determinante nos seus planos de negócios,
o detalhamento dos seus gastos pessoais com aluguel, prestações e até escolas
dos filhos.
Os
investidores, diante desse tipo de proposta, tendem a deixar passar a
oportunidade. Porque, por mais que vejam no projeto um potencial de retorno
para seu capital, percebem que o empreendedor ainda não está preparado para o
risco.
Talvez
por serem novatos ou por serem ainda reféns da "cabeça de empregado",
estes novos empreendedores ainda não se deram conta que o que seduz um
investidor, tanto quanto a possibilidade de retorno financeiro dos
investimentos realizados no projeto, é a determinação do empreendedor em
assumir, também, os riscos.
Porque
é esse se "jogar no abismo" do novo negócio que faz com que as partes
envolvidas, investidores e empreendedores, resgatem energias, criatividade e
dedicação para fazer funcionar o novo projeto.
A
empreitada enfrentará dificuldades, que só serão razoavelmente resolvidas com
poucos conflitos quando as partes envolvidas tiverem clareza do quanto devem se
empenhar para diminuir os riscos que assumiram.
Se você
é um dos empreendedores ou empreendedoras que se encaixa ainda nesse perfil de
"cabeça de empregado", talvez seja conveniente repensar sua
estratégia quando iniciar uma nova rodada de negociações com seus potenciais
investidores, sejam eles profissionais do mercado, amigos ou parentes.
Todos
vão checar se você está também correndo riscos para dar vida à nova empresa. E,
a partir de sua determinação, avaliarão, com novos olhos, a viabilidade do
projeto no qual investirão junto com você.
Fonte: UOL Notícias
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