Umas
das premissas quase intocáveis do mundo dos negócios, em particular do
empreendedorismo, parece estar sendo deixada de lado pelos novos
empreendedores. O foco 100% no negócio desde o início não é mais o mantra de
muitas pessoas que criam empresas.
Empreendedores
que vão deixando seus empregos ou atividades remuneradas aos poucos (não pedem
demissão logo de início) ficam 33% com menos propensão a falir em suas
iniciativas de negócio próprio.
Esse
dado foi obtido comparando-se com aqueles que largam totalmente o emprego e se
dedicam à start-up com 100% de foco e comprometimento, segundo os pesquisadores
Joseph Raffiee e Jie Feng, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados
Unidos.
Essa
abordagem relativamente nova, de empreender em estágios, tem ficado cada vez
mais fácil devido às tecnologias digitais, sistemas de gestão inteligentes
etc., já que permitem a redução de custos e evitam a perda de tempo do
empreendedor com questões operacionais.
Naturalmente,
as regras de ouro a serem seguidas para criar um negócio continuam importantes.
Não adianta apenas ter uma ideia se não houver mercado para ela. O empreendedor
precisa identificar uma oportunidade de negócio e tentar capturá-la.
Muitos
brasileiros que hoje trabalham como empregados têm o sonho do negócio próprio.
Aliás, esse é um dos principais sonhos dos brasileiros, segundo pesquisa do
Sebrae.
Porém,
muitos têm medo de largar a estabilidade da carteira assinada para se aventurar
em algo incerto. Isso é lógico e compreensível.
Essa
nova tendência identificada para a realidade americana também tem ocorrido no
Brasil. Há empreendedores, principalmente os mais jovens, que conseguem fazer
muita coisa em paralelo. O grande desafio é entregar resultados e não perder
performance.
Apesar
de parecer uma luz interessante no fim do túnel e uma maneira de minimizar
eventuais riscos do negócio próprio, essa abordagem paralela, ficando com o pé
em duas canoas, não funcionará para todo tipo de negócio.
Principalmente
aqueles negócios que ainda demandam a dedicação do empreendedor em tempo real,
com presença quase constante na empresa. Quando não há possibilidade de gestão
remota e o uso da tecnologia da informação, tudo fica mais difícil.
Não é à
toa que muitos novos empreendedores (não necessariamente apenas os jovens)
estão aderindo aos negócios baseados na internet, onde o contato presencial com
os interlocutores não é tão crítico, sejam eles clientes, fornecedores ou mesmo
os funcionários.
Caso
você esteja pensando em largar o trabalho para empreender o próprio negócio,
mas ainda sente muito receio de arriscar, talvez essa abordagem seja a ideal
para o seu caso.
Fonte: UOL Economia
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